Não deve ser fácil ser bebê. Ser
carregado de um lado para o outro, ainda que no colo de quem ele mais gosta,
sem ser perguntado se quer ir pra lá ou pra cá. Tira a roupa, põe a roupa, puxa
o braço, levanta o quadril, põe a fralda...
Depois disso, o bebê é colocado
num carrinho, no berço ou numa cadeirinha, de balanço ou não, e fica ali
paradinho por alguns minutos ou até horas, olhando para o que está à sua
frente. Por sorte, o colocarão em frente à algo que lhe seja interessante.
Eu, que sempre tive pena dos
bebês por suas condições de inamovibilidade, procuro deixar o meu o mais
confortável e feliz possível, me coloco em seu lugar e posiciono ele sempre em
frente a algo que lhe agrade e que torne seu momento menos monótono.
Talvez seja por isso que eu o
pego tanto no colo, fico com pena de ver ele sem ter o que fazer, aí caminhamos
pela casa, damos uma volta na rua, conversamos muito, tudo para deixar seu dia
mais animado.
Deve ser muito chato não poder
caminhar, correr, falar e pedir o que quer. E se o bebê está doente então! É pena
redobrada. O João está com tosse e nariz congestionado. O pobrezinho chega a se
assustar com a tosse. Imagina o que passa na cabecinha deles? O que está
acontecendo comigo? Porque minha mãe não faz nada? Não consigo respirar
direito!
Por isso, não vejo a hora de ver
o João maiorzinho, querendo pegar tudo o que vê; engatinhando, se deslocando
para todos os lugares, me dando muito trabalho.
Quero correr atrás dele, dizer
que ele não pode enfiar tudo na boca, brigar com ele quando puxar o cabelo da
irmã, rir das trapalhadas e da bagunça que ele fizer.
Falta pouco pra tudo isso se
tornar realidade. Hoje ele ameaçou pegar o brinquedo pendurado no móbile, e que
está ali à sua frente há mais de três meses. Acho que mais alguns dias, e ele
começa os trabalhos de bagunça e descobertas do mundo, e o meu sentimento de
pena vai dar lugar à saudade de ver ele quietinho se comunicando comigo só pelo
olhar. Mesmo assim, vou estar realizada de ver ele brincando feliz.
Que fofo, adorei o comecinho do texto... Melhoras pro João!
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