terça-feira, 24 de setembro de 2013

A violência doméstica


Esse é um post para quem tem filhos. Não quero assustar ninguém nem ser acusada de atentar contra o futuro da espécie humana. Relato aqui, unicamente para meus pares, o que está acontecendo embaixo das cobertas do meu lar, se é que posso chamá-lo assim.

Sempre fui a primeira a criticar quem dorme com os filhos na cama. Até na Sabrina aqui do blog eu já joguei umas pedrinhas. Mas aí, veio este inverno. Frio, ventoso, úmido, insalubre, congelante, nevoso na Serra e tudo mais. Eu, como mãe de uma fofolete de um ano e poucos, obviamente fiz e sigo fazendo (hoje tá frio pra diacho, como dizia minha vó) tudo que está ao meu alcance para evitar que a Aurora fique doente, falte aula ou tome antibiótico diariamente.

Umas de minhas técnicas (que incluem banho dia sim, o outro talvez) é fazê-la dormir na minha cama. No começo eu a enrolava num cobertor, envolvia num edredonzinho e a colocava no seu berço. Com o tempo, dois fenônemos concomitantes se configuraram na intimidade dos meus aposentos: 1) eu não acordava mais para levá-la ao seu berço e 2) quando eu a transportava, ela despertava durante ou depois, repetidas vezes.

Aí, povo do meu Rio Grande amado, eu larguei de mão. O resultado disso é trágico. Não raro tomamos chutes, cabeçadas e até socos em variadas partes do corpo. Na semana passada, eu tava sonhando com uma praia no Caribe, tomando uma pina colada quando acordo com um clarão na lateral direita dos olhos. Ela, aquela rica criaturinha, tinha me dado um chute estilo goleiro que faz gol no time oposto. Pensei que tinha ficado cega, mas não foi dessa vez.

Meu marido dorme sempre sem travesseiro, pendurado pra fora da cama. Eu, seguidas vezes, faço uma fortaleza de travesseiro para ela não cair e vou dormir no sofá. O mais engraçado sobre crianças que invadem nossa cama é que quando elas dormem, a gente adoraria sair de mansinho, apertar um botão e grades automáticas subirem até o teto. Não, eu não estou delirando, estou apenas precisando de boas noites de sono. Ou de margaritas no Caribe, tanto faz.

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