segunda-feira, 25 de junho de 2012

Toma que o filho é teu!


Há tempos queria dizer que o nome deste blog combina muito com o que vivemos hoje .

Antigamente, as avós eram aquelas mulheres submissas e donas-de-casa meeeesmo!!! Hoje, as donas-de-casa são mais modernas, têm empregadas que as ajudam, andam bem vestidas, são antenadas em tudo, não perdem em matéria de vivência para nenhuma mulher que trabalha fora. Tá bom, na conta bancária a dona-de-casa perde, mas nada que um bom cartão de crédito do marido não resolva, até porque merecemos um cartão com um limite bem alto, por tratra-se de um cargo de extrema relevância, criar e educar um filho é só para quem tem cargo de confiança, ou seja a mãe.

Voltando às nossas vovós, cuidar dos netinhos era tarefa praticamente obrigatória, muitos de nós passamos mais tempo com nossas avós do que com nossa própria mãe, mas não era por falta de amor de mãe, era excesso de amor de vó mesmo.

Foi-se o tempo da vovó fazendo bolinho de chuva, de óculos sentada na cadeira de balanço fazendo tricôt. As avós de hoje não tem nada daquilo de antigamente. Cabelos brancos, rugas, insegurança e submissão, são coisas do passado. Hoje, as avós são vaidosas, trabalham fora, tem seus compromissos. E isso não é uma crítica, elas estão certas. Seus filhos já estão criados, e muito bem por sinal. Foram mães em tempo integral, esfregavam fraldas no tanque, máquina de lavar era luxo na época, assim como fraldas descartáveis. A grande maioria não tinha empregada doméstica, além de cuidar dos filhos tinham que cuidar de todos os afazeres da casa. Apesar de às vezes ficar chateada, não condeno minha mãe, que hoje, só quer saber de curtir a vida ao lado do meu pai, além de estar sempre envolvida em novos projetos de decoração, dificilmente sobra tempo para passar uma tarde com os netos. Eles curtem muito seus netos, mas ´´quem pariu que embale``.

Claro que tem as exceções, ainda existe vó à moda antiga, mas isso é raro. Assim como é raro um pai que não seja uma verdadeira mãe. Se as avós de hoje, não são como as de antigamente, os pais também não. Os pais da geração passada, que hoje são avós nunca trocaram uma fralda, eu falo isso pelo meu pai, hoje ele me vê cuidando dos meus filhos e fica assombrado de como eu dou conta ´´sozinha`` (meu marido é uma mãe, ajuda em tudo). Meu pai chega a se culpar por não ter ajudado minha mãe em nada, nunca deu um banho, acordou de madrugada, trocou fralda, mas era uma questão cultural; o homem trabalhava fora e trazia o dinheiro e a esposa cuidava da casa e dos filhos e; portanto, a tarefa de cuidar dos filhos era única e exclusivamente da mulher.

Ainda bem que as coisas mudaram. Os pais de hoje são realmente muito dedicados. Não lembro de ouvir de alguma amiga-mãe reclamando do marido nesse sentido, pelo contrário, todas são só elogios. Na nova geração de pais, desconheço algum que não saiba trocar uma fralda. Os pais de hoje são as avós de ontem.

Silêncio no shopping

Reza o ditado que depois de nos estressarmos muito com uma situação a gente passa a rir dela. Penso que seja esse o meu caso. Nunca pensei que alguém fosse me pedir silêncio em pleno shopping. E mais: dentro da praça de alimentação em pleno sábado de vésperas de dia dos namorados, ou seja, muvuca total.
Antes de termos filhos é claro que somos mais chatos e críticos a alguns comportamentos infantis. Reparamos com um olhar mais severo  berros e pirraças de crianças em ambientes públicos. Chegamos a pensar: "ahh se fosse comigo....ahh se fosse meu filho." Depois, dentro da situação, agimos conforme a situação vai se manifestando. Levamos em consideração sono, cansaço, fome e seguimos o baile da maneira que for mais conveniente.

Eu e meu marido nos consideramos "sortudos" por assim dizer, Betina nunca deu "piti" em público, do tipo se jogar no chão ou se agarrar em um brinquedo no supermercado ou em alguma loja querendo levar a qualquer custo. Claro que vez ou outra ela já chorou por não querer se acomodar em uma cadeira ou não querer sair de espaços kids, essas normalidades que quem tem filho ou um pingo de bom senso compreende.

Falando em bom senso, considero que tenho muito sim e não me vanglorio por isso, sempre dito aquela máxima: "a minha liberdade acaba quando começa a do outro" e também respeito o lazer alheio, mesmo em praças e beira de praia estou sempre cuidando para que a Betina não "invada" o território vizinho com suas gracinhas que nem sempre pode agradar a todos. E com esse meu jeito nunca tive problemas, pelo contrário, sempre que chamo a atenção dela pra isso escuto das pessoas: deixa ela, ela não incomoda.....e por aí vão dezenas de elogios. Isso até rendeu uma coluna do Davi Coimbra na ZH certo veraneio. Betina foi ao encontro do filho do colunista e este não perdeu a chance de registrar o encontro num divertido texto na ZH dominical nos deixando muito felizes e orgulhosos da simpatia da nossa pequena.

Quando se trata de restaurantes, sou ainda mais precavida, vou munida de livrinhos, joguinhos e tudo que possa distraí-la enquanto comemos e para que ela não comece a ficar impaciente e com isso possa chatear alguém. Mas nesse caso, sei que a pessoa em questão devia estar com um sério problema ou ser realmente uma desequilibrada, o que realmente não me interessa saber. Estávamos sentados na praça de alimentação de um movimentado shopping aqui de Porto Alegre, Betina folheava sua revista das princesas e nos questionava safadamente sobre o nome das princesas. Digo safadamente porque ela conhece todas, ela queria apenas brincar e nos chamar a atenção. Cada vez que eu fazia de conta que não sabia e errava ela ía as gargalhadas. Papo vai, papo vem, a pessoa em questão (uma mulher aparentando trinta e poucos anos) nos pede para que a Betina fale mais baixo. Claro que a questionei: como assim, falar mais baixo? em pleno shopping? criança fala nesse tom, estão todos a volta falando ao mesmo tempo. Diante das caras e bocas da pessoa infeliz, inclusive fazendo sinais de tapar o ouvido, perdi totalmente a compostura e disse que o que eu poderia fazer era arrumar uma jaula pra ela, porque pessoas como ela deveriam andar enjauladas.
O bate boca só não ficou mais caloroso porque apareceu um senhor que me pediu muitas desculpas, que a filha dele estava passando por problemas na família, inclusive de luto. Atendi seu pedido, era um senhor bem de idade envergonhado pela filha, mas não deixei de dizer que shopping não é lugar de curar luto e que tinha certeza que o comportamento da minha filha estava totalmente adequado ao local e a idade que ela tem.

Não preciso nem dizer que me estragou o dia isso. Quando comentava sobre o assunto sentia um calor pelo corpo. Só depois de passado algum tempo e pensando na situação que consigo enxergar o quanto esta pessoa deveria estar mesmo de mau com a vida, mesmo que isso não justifique sua péssima educação e destempero, mas se irritar com a voz e com o riso de uma criança, só pode ser alguém muito infeliz.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sono, mamadas, choro e outros assuntos do primeiro mês

por Ana Emília Cardoso

Eu fico de cara com a rapidez que um bebê passa de um estado de histeria plena para o sono profundo. Agora mesmo, eu tava tomando banho. Desde ontem havia resquícios de leite vomitado no meu pescoço, então, botei a Aurora, que tirou o dia pra ficar acordada, no bebê-conforto e levei-a ao banheiro. Com chupeta e sem funchicórea (que pqp não existe mais).

No começo ela ficou me olhando com carinha gorda de quem ganhou dois quilos nas últimas três semanas. Assim que eu molhei o cabelo, abriu um berreiro e ficou vermelha. Sai do box, molhei todo o banheiro e recoloquei a chupeta na sua boca. Ela fechou os olhos e dormiu, no mesmo instante. Vai entender!

Ontem ela completou um mês. Continua dormindo bastante e acordando pra mamar meia-noite, duas (às vezes), quatro e seis. É punk, mas o moisés está grudado na minha cama e eu nem levanto se não tiver que trocá-la, ou seja, se eu não ouvir aquele som estrondoso de cocô explosivo de recém-nascido. O lado bom é que dorme até as 9h30 ou 10 depois. E eu, idem.

Na maioria dos dias, eu não reclamo, tá tudo certo. Mas, sei lá, hoje eu to cansada. Podre, na verdade. Já emagreci muitos quilos. Nas duas últimas noites, ela teve umas crises de choro e foi difícil fazê-la dormir. O resultado sinistro disso é que meu leite diminui e eu não posso resolver tudo no peito, como manda a cartilha da livre-demanda.

Eu sei que de agora em diante ela vai ficar cada vez mais acordada. Com a Anita era assim: eu estimulava tanto a pobre criatura com aqueles brinquedinhos da Frisher&Price que ela não tinha e nem me dava sossego. Agitava o dia todo, eu ficava exausta e de noite, ela dormia. Claro que tava errado, porque os bebês cansam só de acordar, trocar a fralda, mamar e olhar pra parede (segundo a Cris aqui do blog), imagina com aquele intensivão de atividades que eu promovia.

Eu fazia ela dormir lá pelas 19 hs. Quando meu marido chegava do trabalho, ela já estava dormindo, e eu ficava só reclamando que tava cansada. Ele não me entendia, imaginava que ela era sempre calminha e dorminhoca. A Aurora tem sido o oposto, de tarde é calma e dá umas reclamadas lá pelas 21, bem na hora que ele está. Não passo por louca, pelo menos. É impossível fazê-la dormir tão cedo e tão pesado com a Anita interagindo e competindo por atenção o tempo todo.

Hoje eu tava lendo o site da Revista Crescer e o artigo mais lido “Quando meu filho vai domir a noite toda?” tinha umas dicas bem curiosas do tipo: não coloque o bebê-conforto em cima da máquina de lavar. O.o

É claro que eu não vejo a hora de dormir melhor. O cansaço é cumulativo e agora to começando a senti-lo chegar. O pior é que como os bebês são randômicos – um dia choram, outro não, um dia dormem um monte, outro fazem ronda noturna – não consigo nem imaginar quando vou tirar este atraso.



quarta-feira, 20 de junho de 2012

Um dia melhor


Não deve ser fácil ser bebê. Ser carregado de um lado para o outro, ainda que no colo de quem ele mais gosta, sem ser perguntado se quer ir pra lá ou pra cá. Tira a roupa, põe a roupa, puxa o braço, levanta o quadril, põe a fralda...

Depois disso, o bebê é colocado num carrinho, no berço ou numa cadeirinha, de balanço ou não, e fica ali paradinho por alguns minutos ou até horas, olhando para o que está à sua frente. Por sorte, o colocarão em frente à algo que lhe seja interessante.

Eu, que sempre tive pena dos bebês por suas condições de inamovibilidade, procuro deixar o meu o mais confortável e feliz possível, me coloco em seu lugar e posiciono ele sempre em frente a algo que lhe agrade e que torne seu momento menos monótono.

Talvez seja por isso que eu o pego tanto no colo, fico com pena de ver ele sem ter o que fazer, aí caminhamos pela casa, damos uma volta na rua, conversamos muito, tudo para deixar seu dia mais animado.

Deve ser muito chato não poder caminhar, correr, falar e pedir o que quer. E se o bebê está doente então! É pena redobrada. O João está com tosse e nariz congestionado. O pobrezinho chega a se assustar com a tosse. Imagina o que passa na cabecinha deles? O que está acontecendo comigo? Porque minha mãe não faz nada? Não consigo respirar direito!

Por isso, não vejo a hora de ver o João maiorzinho, querendo pegar tudo o que vê; engatinhando, se deslocando para todos os lugares, me dando muito trabalho.

Quero correr atrás dele, dizer que ele não pode enfiar tudo na boca, brigar com ele quando puxar o cabelo da irmã, rir das trapalhadas e da bagunça que ele fizer.

Falta pouco pra tudo isso se tornar realidade. Hoje ele ameaçou pegar o brinquedo pendurado no móbile, e que está ali à sua frente há mais de três meses. Acho que mais alguns dias, e ele começa os trabalhos de bagunça e descobertas do mundo, e o meu sentimento de pena vai dar lugar à saudade de ver ele quietinho se comunicando comigo só pelo olhar. Mesmo assim, vou estar realizada de ver ele brincando feliz.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ter filho não empobrece o homem

[escrevi este texto em 2009, achei-o casualmente hoje na internet buscando 'tip top acolchoado'. Tá meio fora de contexto, mas espero que vocês gostem]

Por Ana Emília Cardoso

Tenho várias amigas na faixa dos 30 que até querem ter filhos, mas ficam fazendo cálculos com base em preços de fraldas e logo desistem ou postergam para um dia qualquer, num futuro longínquo. Elas ficam imaginando que cada filho custa uns R$ 2 mil por mês e coisas do gênero.

Claro que quando você olha as coisas de fora, se apavora mesmo. Quanto custa um carrinho? Um bêbe conforto? Eu também pensava assim. Quando minha cunhada Lu engravidou da Gigi, eu fiquei super preocupada com o futuro financeiro deles. Dei graças a deus que não era eu que estava grávida.

Dois meses depois, lá estava eu com um Beta HCG positivo nas mãos e um ponto de interrogação gigantesco estampado na cara. A primeira surpresa boa – no quesito financeiro – veio logo no começo da gestação. Todo mundo, invariavelmente, me dava presentes. Gente que eu nem falava direito aparecia na minha casa com sacolas de roupas. E olha que nem eu, nem RBS fizemos uma campanha do agasalho pra mim.

Eu não gastei um centavo e ganhei pencas e pencas de coisas fofinhas, lindas, úteis e práticas. Um fato que eu lembro que achei curioso foi a mulher que morava na cobertura do meu prédio. Ela sempre foi grossa comigo. O dia que soube que eu, a síndica, estava grávida, me trouxe presentes lindos e passou a me tratar de forma super carinhosa e prestativa. Até um xampu de mel da L’Occitanne maravilhoso ela me deu. E a Anita ficava com aquele cheirinho delicioso. Um dia ainda junto uns muitos trocados e compro outro daqueles.

A bichinha da Tania foi a campeã das doações. Estava de mudança para a Espanha e me deixou todo um legado de seu primeiro e até hoje único filho, Lucas, que estava com 3 anos na época. Ela me deu berço, bebê conforto, trocador, cobertas, roupinhas mil e até um tip top todo acolchoado para carregar bebês na neve.

Resumindo, não gastei um puto mesmo. No chá de fralda, já me supri pelos 5 primeiros meses. No primeiro ano, a Anita herdava todas as roupinhas da Gigi, dois meses mais velha e uma alemoazona.

Explicado tudo isso, uma amiga questionou. Tá, mas e depois? Você não pode fazer um chá de faculdade… convida 60 pessoas e cada uma se responsabiliza por uma mensalidade. Até era uma boa.

Eu venho seguindo outra linha, já vou logo ensinando tudo que é pra ir bem na escola e estudar na universidade pública se ainda houver quando ela crescer.

Uma coisa é fato: ninguém fica mais pobre porque teve filho. Ou você já ouviu alguém comentar que fulano, tadinho, depois que teve filho tá ferrado?

Meus bebês

Por Caroline Bittencourt

Mês que vem faço 33 anos. Nessa idade, o relógio biológico costuma estar a mil, instinto materno bombando, mulherada enlouquecida pra ser mãe.

É o caso da maioria das minhas amigas: ou recém tiveram bebê, ou estão grávidas, ou estão tentando engravidar.

E eu? Bom, digamos que estou em outra fase. Meus “bebês” fazem 11 e 18 ainda este ano.  A rotina é outra, as situações, os dilemas, as dificuldades, as compensações, é tudo diferente.

Esses dias fui com o Lucca encontrar minhas amigas Grazi e Alícia e suas respectivas e fofíssimas bebês, Beatriz e Martina. Depois de ter apresentado o Lucca pra todo mundo como “meu bebê”, tomei uma chamada daquelas (“se tu me chamar de bebê mais uma vez, eu vou querer ir embora”). Opa, bola fora minha. Era pra ser só uma brincadeira, todo mundo entendeu, mas ele já é um pré-adolescente e qualquer referência infantil que ELE entenda inadequada é um micão.

E a Mari, então? Chegou do intercâmbio, está fazendo cursinho, pesquisando sobre profissões e tal. Ainda é adolescente, mas por pouco tempo.

Numa mesma conversa com uma amiga, falamos sobre as creches que ela está conhecendo pra matricular a filha dela e sobre as universidades pra onde talvez a minha filha vá.

Confesso que de vez em quando fico imaginando como seria se tivesse um bebezinho em casa de novo, como seria engravidar adulta, como seria ter um filho com o Iuri... Mas os devaneios não chegam à página dois. Cuido de criança desde os 15 anos, e agora que eles estão grandes e cada vez mais independentes, eu lá vou querer recomeçar?

Se um de nós dois não tivesse filho ainda, com certeza já teríamos tido um nosso. Mas além dos meus, tem o dele, já com 14 anos, ou seja, ele está na mesma situação.

Agora é hora de trabalhar, conquistar e aproveitar as conquistas. É hora de namorar e viajar quando der. E é hora de curtir meus bebês, que esse prazer não acaba nunca =)

domingo, 17 de junho de 2012

Criando e aprendendo


Como já havia comentado no post anterior, a psicóloga Solanger veio algumas vezes aqui em casa. Numa das vezes foi para nos ajudar a resolver o problema da ´´corrida da comida``.

Chega um momento que nossos bebês, já não tão pequenos e obedientes, resolvem, sempre na hora da refeição, dar uma banda pela casa. A mãe, coitada, fica correndo com uma colher de comida atrás daquela pequena criaturinha meiga que dá risadas se divertindo da situação. Se comer no cadeirão já dá sujeira, imagina ter que equilibrar uma colher de papinha sem tropeçar nos brinquedos jogados pela casa. Tarefa difícil, além de muito cansativa. 


A Duda ainda tinha outro probleminha de ´´ronda``. Ficava rondando a gaveta das guloseimas pedindo, logo que acordava, chocolate e balinhas. Claro que ela sempre obtinha um ´´não`` como resposta. E a forma de ela demonstrar seus descontentamento era se jogando no chão com acessos de cólera. 


Antes de ter filho, eu enchia a boca para falar ´´meus filhos jamais vão se jogar no chão e ter esse tipo de acesso de raiva`` isso é pai que não sabe educar um filho``. Como a gente pensa besteira antes de ser mãe. 

Aprendi que ter acesso de cólera, gritar e espernear, vem no incluído em todo pacote filho. Mas os pais tem que saber domar essa ferinha que está querendo mostrar suas garras, é o chamado ´´teste`` que os filhos depois dos 2 anos insistem em fazer com os pais.

Minha dúvida principal era, o que fazer diante de uma cena dessas, deixar a criança chorando e esperneando no chão e se fingir de morta ou coloca-la de castigo?
Nenhuma das opções acima. Segundo a Solanger, deixar a criança tendo o acesso de fúria sozinha é um erro. A criança, mesmo que inconscientemente, pede limites, portanto, devemos ser firmes, tirar a criança do chão, segurando ela no colo (isso vai te exigir força) e retirar ela daquele ambiente, sempre explicando os motivos de sua posição em não dar o que ela quer. Essa atitude dos pais passa segurança ao mesmo tempo que impõe limite. É mais ou menos assim, a criança pensa ´´opa, meus pais são de verdade, não são ratos!``


A outra dica, foi para a ´´corrida da comida``. Se a criança não quiser comer no cadeirão ou na mesa, a mãe não deve ficar correndo atrás feito uma pateta. Sempre que ela sair da mesa, terá que ficar sem comer e esperar até a próxima refeição. Confesso que essa parte nunca consegui por em prática, acho muito cruel. 

Não foram poucas as vezes que eu passei horas na cozinha e a Duda nem sequer provou a comida. Claro que logo depois ela me pedia ou bolacha, ou uma mamadeira, e eu sempre dei. Negar comida à um filho é complicado. Mas a questão comida foi se resolvendo aos poucos. Qual mãe já não correu atrás de seu filho com uma colher na mão? A Duda hoje come sozinha, mas logo sei que a maratona vai voltar, suspeito que o João será um corredor nato.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Delírios e outras coisas do primeiro mês

por Ana Emília Cardoso

Quando a gente não dorme muito (e quem dorme com um bebê de um mês?) começa a ter uns delírios. Será que eu sonhei? Comigo rola direto uma coisa muito estranha. Eu ouço a Aurora resmungar, aí sonho que estou amamentando e que faço ela dormir de novo. Dali a pouco acordo de verdade e ela ainda está resmungando e tudo aquilo que eu já fiz em sonho, tenho que fazer de novo. Isso é o que eu chamo de retrabalho!

Ela está com pouco mais de 3 semanas e mama só no peito. De dia, dorme bastante. De noite também, mas acorda meia-noite, 2, e 6. Às vezes, acorda às 4 também. Ontem comecei a fazê-la dormir na rede. É tiro e queda. Antes não rolava porque eu não conseguia fazer a força necessária para sair da rede sem apoiar as mãos (que têm que segurar a bebê). Meu corte tá parando de doer. Os últimos dias estão quentes e isso ajuda no quadro geral, tudo fica mais fácil.

De qualquer forma, apesar do 'esmilinguir-se' estar no modo ON, sigo achando uma barbada cuidar da Aurora. Agora entendo os que diziam que os bebês pequenos mamavam, cagavam e dormiam. A Anita não era assim, então eu achava que este papo era mentira.

domingo, 10 de junho de 2012

O leite gordo e o leite magro

por Ana Emília Cardoso

Já que o papo é sobre leite e derivados, vou aproveitar para compartilhar minha mais recente teoria ~ crianças que choram demais é porque a mãe troca o bebê de peito muito rápido ~ . Explico-a, segundo estudos recentes, os que defendem a livre demanda, da qual sou adepta agora, o seio funciona assim: no começo sai um leitinho mais aguado, mais rico em anticorpos, água e vitaminas, no final da mamada é que está o leite gordo, repleto em calorias que satisfazem o bebê.

Logo, se a gente dá um peito e muda pro outro antes do bebê mamar até o leite gordo, a criança mama, mama, mama e nunca se sente alimentada. E nesse meio tempo, os mamilos já estão em frangalhos. Quem me deu esta dica foi meu marido que pesquisou bastante sobre o assunto na internet. COMIGO funcionou e muito. O mais legal dessa técnica é que a criança, na maioria das vezes, se satisfaz com apenas um seio, o que poupa o outro e lhe dá tempo de ficar bem cheinho.

Conversei com algumas amigas que tiveram bebês que ~só mamavam o tempo todo~ ou seguiam chorando depois de mamar, e o diagnóstico de troca precoce de seio se aplica a todas. Na semana passada fiquei uma tarde com uma vizinha que tem um bebê desses, que mama mil vezes e segue chorando. A mãe tem leite que chega a vazar, mas está tendo que complementar porque nada parece satisfazer o bebê. Chega a dar quatro mamadeiras de NAN à noite, além das mil vezes do peito. Durante nossa tarde, seu filho mamou 8 vezes e observei que mamava bem rápido de cada lado e chorava ou resmungava o tempo todo.

Por isso, se você está passando por essa situação, não custa tentar esgotar melhor cada lado antes de se desesperar. Olha de onde eu tirei essas informações.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A difícil arte da amamentação

Lendo o post da Ana Emília sobre dar o NAN me deparei com o único problema real e importante que tive ao ter a Betina: amamentação!! Sim, porque temos outros probleminhas, claro....choro sem motivo aparente, cocô durinho ou falta dele ocasionando cólicas....enfim, mas comigo o perrengue mesmo foi na amamentação.

Ganhei a Betina à noite e logo que ela nasceu a pediatra já colocou ela no meu peito e ela nada. Fechou a boquinha e berrou, berrou muito e não quis saber. Vendo minha ansiedade, pois escutava casos dos bebês que saíam mamando da sala de parto, ela me disse: calma mãe, ela deve estar com reserva, é normal. Fui para o quarto, passei a noite em claro só admirando a cria que dormia feito um anjo, nem tchum pra mãe dela ali desesperada pra que ela pedisse mamá.

E assim foi no outro dia, e no outro, ela simplesmente não queria saber do peito. Até que a enfermeira veio, me ajudou, o colostro saía ralinho, colocávamos ela no peito e a danada nada, chorava e não sugava. Aí, depois de muito conversa com a enfermeira, ela me convenceu a dar o complemento no copinho, pois ela tinha que se alimentar, óbvio! Meu Deus, lembro como se fosse hoje, ela tomando leite naquele copinho e eu chorando, não podia nem olhar....me sentia incapaz, uma droga de mãe. Tive muita sorte, as enfermeiras que me rodiavam eram demais de queridas, atenciosas, parceiras mesmo. Elas vinham, me acarinhavam, me consolavam. Mas não adiantava...EU queria amamentá-la!

Até que no último dia no hospital ela resolveu "pegar" o peito, nossa fui ao céu! Ela sugou, sugou e não saía leite. Ela deve ter ficado uns 30min naquela luta para mamar e nada.....era março, um calor de rachar, a cabecinha vermelha e suada....de novo as enfermeiras e a pediatra me acalmaram: calma mãe, é assim mesmo, agora que ela pegou, só vai!! Fui pra casa toda "equipada" com protetores de mamilo, bombinha pra tirar leite, mil instruções na cabeça e um único desejo: amamentar. Nessas alturas do campeonato, ela já berrava de fome, ficava braba, pulava no meu colo feito pipoca. Colocava ela no peito, ela sugava, sugava e NADA! Meu Deus, que sofrimento. Ela chorava, eu chorava junto....um stress, uma agonia. Até que no seu sétimo dia de vida, veio a sentença da pediatra: ela precisa do complemento urgente, já perdeu muito peso e não pode perder mais! Mais uma vez me senti péssima, horrorosa, incapaz de cuidar da minha filha, foi desesperador.

Fui pra casa, fiz aquela mamadeira contrariando todas minhas expectativas e crenças. Ela mamou desesperada, pobre anjinho, faminta! Depois disso, ela começou a ganhar peso e eu me convencia pouco a pouco dessa condição de não amamentar. O que mais me rasgava o coração era assistir propagandas e ler reportagens sobre a importância da amamentação para o vínculo mãe/bebê. Que amamentar era o mais sublime ato de amor e por aí vai.....isso mexia demais comigo, chorava muito lendo e ouvindo essas coisas.
Uma vez no aniversário do meu afilhado, a Betina tinha 2 meses, fui preparar a mamadeira dela e tal, quando coloco na boquinha dela, ouço alguém me chamar, alto, quase gritando: Sabrina, não acredito que tu vai colocar essa borracha na boca de um bebê desse tamanho!! Olha, naquele dia, sei lá o que me segurou, penso que foi a minha filha que estava no meu colo, que não mandei aquela sem noção pro lugar que ela merece!! As pessoas são desinformadas e crueis, o ser humano quando quer, consegue ser a pior das espécies. Não respondi nada, mas meu silêncio falou tudo.

Mas como comentei com a Ana Emília num e-mail que trocamos, uso sempre esse pensamento pra essa situação: como Deus é generoso, a natureza é sábia e minha filha é especial, porque em resposta a todos meus medos e angústias, ela só mamava comigo, só aceitava a mamadeira se fosse dada por mim. Dessa maneira eu tive certeza que o nosso vínculo estava intacto e que nossa ligação seria eterna!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O que muda

Por Ana Emília Cardoso

Quem me viu, quem me vê mãe, não acredita que sou a mesma pessoa. E sem rivotril, juro. Estou a calma em pessoa.

Eu sou uma pessoa cheia de frases, lemas e jargões que servem de muletas para minha opiniões. Uma delas, que usei por anos era que ~ o primeiro mês de vida de um bebê era tão cansativo que equivalia a uns dez anos. Pois bem, essa frase não faz mais o menor sentido pra mim. Vejo os dias passando e me dá até certa nostalgia. Dá pra congelar o tempo?

Eu não fico mais naquela angústia de que a bebê sente, fale, ande e aprenda a escrever o nome (sim, a louca aqui começou a rabiscar letras em areias de pracinha quando a Anita tinha uns 5 meses).

Agora, tudo que eu quero é que elas brinquem, sejam felizes, não fiquem doentes e que a Aurora não acorde tanto pra mamar à noite. Acho que a culpa é do aquecedor que resseca muito o ar. Hoje vou botar uma bacia de água perto pra ver se melhora.

As últimas 3 noites (frias e com aquecedor ligado) ela acordou 3 vezes pra mamar. Chega uma hora que eu não tenho mais leite, óbvio. E aí, outra coisa mudou na minha cabeça: se eu não der conta do recado, vou dar NAN e pronto, sem me crucificar.

Acho que eu preferiria uma cadeira elétrica a dar mamadeira pra Anita antes dos 6 meses. Agora, sei lá, vou amamentar, é claro, mas se tiver que dar um chazinho ou um nanzinho de vez em quando, vou dormir bem sem culpa, pesado e roncando (porque se precisei da mamadeira, é pq eu tava podre).

Até já encomendei mamadeiras Avent pra uma amiga que foi à Riveira, como fazem 100% das minhas amigas gaúchas.

O sling também é um santo aliado. Com ele, não tem insônia infantil. Entrou ali (de pancinha cheia), capotou. É ótimo, saio com ela todo dia ali dentro, bem protegida das mãos e dos beijos dos estranhos e conhecidos da rua. Hey, strangers, nós, mães de recém-nascidos odiamos sua mania de pegar nas mãozinhas e querer beijá-los. Eu não deixo, prefiro arrumar briga do que contaminar minha bebezinha.

A única coisa que não mudou é a dor nas costas. Lembro de uma amiga da minha sogra, a Eni, que foi ao médico um mês depois de ter sua filha Luísa. Ele perguntou: Onde dói? E ela: Dói mais as costas, mas pra falar a verdade, acho que sinto dor em cada célula do meu corpo!


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Desligue a televisão!


   Muitas são as teorias sobre o que é certo e errado na criação dos filhos. Nós pais, estamos sempre tentando acertar. Eu, por exemplo, sempre que me deparo com alguma dificuldade, me questiono se estou agindo certo.
  Por isso, sempre que tenho dúvidas, procuro nossa psicóloga de plantão, a Solanger, especializada em educação infantil para me orientar e me mostrar como agir perante algumas situações.
   A primeira vez que procurei a Solanger, foi quando a Duda tinha apenas dois meses de idade. Como pais de primeira viagem, queríamos saber porque a duda chorava tanto, principalmente à noite. A Solanger é uma espécie de ´´Encantadora de Bebês brasileira``, foi assim que ela nos foi apresentada.
  Os segredos de uma Encantadora de Bebês é um livro bastante conhecido, que contém orientações preciosas da enfermeira Tracy Hogg, especializada em maternidade e recém-nascidos, exerce essa função há mais de 20 anos, tendo já trabalhado com mais de 5 mil bebês.
   Nossa ´´Encantadora de Bebês`` marcou em minha casa num dia de semana normal, à tardinha. Chegando, ela se deparou com a Duda em frente à televisão, assistindo Brasil Urgente. Gentilmente, ela pediu para que eu desligasse a TV, explicando que não estava certo um bebê de dois meses, que mal tem sua visão completamente formada, estar assistindo a notícias de assassinato, estupro, tiroteio, perseguições etc. Por mais que a criança não entenda, aquilo tudo é muito pesado pra ela. Tão óbvio e eu não percebia.
  A ordem era, nada de televisão na frente do bebê. Muito menos programas policiais ou de violência. Talvez um Discovery Kids, no máximo. Digeri com dificuldade essa regra, eu que sempre fui movida à televisão.
  Depois, ela nos questionou sobre o horário que a Duda ia pra cama.  Respondi na maior cara deslavada: ´´Lá pela meia noite quando também vamos deitar``.  ´´Então quer dizer que a Duda fica vendo o jornal, a novela, Big Brother, corujão, tudo com vocês? Realmente, a Duda tem bastante motivos para chorar``, respondeu.
  Dali pra frente se viu muito Discovery Kids na nossa casa.
  O João teve mais sorte, agora com pais mais experientes, e ele não precisa ficar vendo o Datena com a mamãe, no máximo um Cartoon Network com a mana ou um futebolzinho com o pai.  

  Solanger compareceu outras tantas vezes na nossa casa, mas por outros motivos, que contarei no próximo post.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Cama a três

Desde que me descobri grávida em julho de 2008, que nossa cama é compartilhada a três. Betina dorme no nosso "meio" desde sempre. No começo até completar 2 meses, colocávamos ela no carrinho ao meu lado e ela dormia a noite toda, como um anjinho. Lembro de acordar assustada e ligar o abajur às pressas e ela bem quietinha, nem se mexia. Depois ela ficou grandinha pra dormir no carrinho e eu não tive coragem de colocá-la no berço "sozinha".

Lembro da época da gravidez e até mesmo antes, vivia cheia de teorias Freudianas sobre a importância do bebê ter seu quarto, seu ambiente e de como não era saudável para a relação dos pais essa prática da cama compartilhada. Pois bem, como quase em todas as situações, quando nos achamos mestres da teoria, é porque a prática será um desastre.

No começo até dá uma renovada no casamento, a gente revive os tempos da adolescência acampando na sala, chuveiradas na madrugada. No começo. Depois, você quer mais é a sua cama, tudo cansa, tudo desanima e você olha pro lado está aquele serzinho ali, dormindo como um rei de dono do pedaço. Aí vem o arrependimento e com ele a culpa, daí vai ficando pro próximo verão, pra quando colocar TV no quarto, pra quando comprar uma cama nova e atrativa e.......tudo desculpa, no final, todos continuam na mesma cama.

E como dispensar os apelos de quem já fala e agora pede: mãe, quero dormir com você! Betina e eu dormimos de mãos dadas. Essa história da mão começou quando ela era bebê. Pra fazê-la dormir eu massageava sua mãozinha e ela dormia rapidamente. Agora ela segura firme minha mão até adormecer. E mais recentemente começou uma nova modalidade: quer dormir fazendo "narizinho" como ela fala. Esfrega o narizinho no meu, chega a revirar os olhinhos......quando começo a ouvir o barulhinho da chupeta diminuir é porque já está dormindo. Espero um tempo, pego ela no colo, levo pra cama dela e....."mamãeeeee" antes mesmo que eu me deite.

E assim vamos levando essa situação com uma certeza na cabeça: com o próximo será diferente!!