Por Caroline Bittencourt
Por mais qualificada, graduada e pós-graduada que seja a
mãe, é humanamente impossível dominar o conteúdo das matérias do colégio dos
filhos. Parece que foi em outra vida que aprendemos aquilo tudo!
Me deparo com minha ignorância com enorme frequência, sempre
que ouço “tenho tema/prova/trabalho e preciso da tua ajuda”. Pãtz!
Esses dias o Lucca teve que refazer em casa um trabalho de
artes porque a professora disse que o primeiro estava SEM SENTIMENTO.
Comecei um discurso sobre a diversidade das habilidades
entre as pessoas, dizendo que ninguém é bom em tudo, que a gente aprende um
pouco de cada assunto no colégio pra estimular nossa cabeça e nossos interesses
em várias áreas, mas que depois vamos esquecendo daquilo que não usamos mais,
etc, etc, etc. Concluí com um “artes é com o teu pai, pede ajuda pra ele quando
for pra lá”.
Dias depois, aparece ele com um polígrafo gigante de
matemática. Expressões numéricas com parênteses, colchetes e chaves, tudo com
potenciação no meio, com expoente dentro ou fora... Isso se aprende no 5° ano?
Sim. E eu não lembrava de nada. Pulei fora com um “ainda bem que tu tem padastro
engenheiro, chama ele ali”.
Na semana seguinte, vem ele todo feliz com o polígrafo de
português. “Mãe, hoje tu vai poder me ajudar! Advogados são bons em português,
né?”. “Claro! Vamos lá!”. Começo a olhar
os exercícios: monossílabos tônicos ou átonos, dígrafos, ditongo nasal, diferença
entre hiato e tritongo... Coço a cabeça e admito “Lucca, pega lá a
gramática porque vamos precisar de ajuda pra fazer isso aqui”.
Adorei. É assim mesmo!
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