quarta-feira, 13 de março de 2013

Emoção e Fé

Não sei quanto a maioria, mas eu sinto uma emoção que vem não sei de onde e nem por quê de assistir reportagens sobre a escolha do novo Papa. Sou católica de batismo, não venho de uma família católica apostólica romana, só frequento igreja em batizados e casamentos, mas algo me toca nas imagens do Vaticano e aqueles cardeais velhinhos em suas orações.

Ontem assistindo uma chamadas sobre a fumaça preta que simbolizava a não escolha ainda, comentei com a Betina: ora, que pena, não foi escolhido o Papa ainda. Ela responde: quem?? Tento explicar que ele é um símbolo religioso, que Papai do Céu deve estar aguardando ansioso pela nova escolha..... e ela: Papai do Céu?? Onde mãe?? Quem é ele?? Fiz uma pausa, fiquei olhando pra ela e desconversei, mas o assunto ficou remoendo na minha cabeça, fiz mil questionamentos sobre os valores que estava passando pra ela....me chateei de não saber explicar.

Engraçado que quando comecei a procurar escola pra Betina, essa era uma das coisas que eu não queria: que puxassem, que quase obrigassem a ter fé em alguma religião. Eu sempre detestei aula de cultura religiosa e não queria que ela optasse por uma religião por obrigação. Mas ao mesmo tempo, vejo agora que para ela ter opção, ela tem que ter contato, e isso ela não tem. Nunca rezei com ela antes de dormir, nunca lhe dei uma santinha, nunca lhe apresentei uma obra religiosa para notar sua reação. Embora como já tenha dito, minha família não seja católica fervorosa, meu pai é um homem de muita fé. Sempre foi. Ele tem uma imagem linda de Nossa Senhora há anos. Ele reza e acende velas aos pés dela, não diariamente, mas o faz. Também lembro do meu avô (pai de meu pai) de todos os dias as 18h se recolher ao quarto para rezar. Lá ele ficava uns 15 ou 20 minutos envolvido nas suas orações. Acho essas manifestações lindas, espontâneas e principalmente, carregadas de fé.
Meus pais tiveram no Vaticano ano passado e relatam que é uma emoção indescritível, não só pela riqueza de detalhes e monumentos estonteantes, mas pela atmosfera de fé que paira no ar.

O meu questionamento de forma alguma gira em questões de frequentar missas ou cultos com ela...não, isso nem eu mesma iria. Não me sinto bem, a minha fé não depende do lugar. Mas sim começar a rezar com ela, dizer que Papai do Céu cuida de todos nós, que nos conforta nos momentos difíceis e se alegra com nossas conquistas. É assim que eu acredito, é assim que gostaria que ela entendesse, que não estamos sozinhos, que existe algo superior, seja em símbolos, em energia, em espírito.....
Como tudo que fazemos ou optamos, seja um lazer, um esporte, um curso, em tudo buscamos satisfação, procuramos com isso nos tornarmos mais felizes e acredito que trabalhar esse lado espiritual também seja fundamental na nossa vida.

Pois é, mais um degrau, mais um questionamento, mais uma descoberta na luta diária de educar e conduzir os filhos. E porque não dizer mais uma dúvida em saber qual caminho trilhar!

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