segunda-feira, 11 de março de 2013

novidades das meninas


por ana emília cardoso

nossa, faz tempo. minha bebê cresceu, quase anda e eu nunca mais apareci aqui nem pra postar receita de papinha ou contar peripécias na escolinha. que feia, eu.

minha auroreta está com 9 meses, tem dois projetos de dentes saindo em forma de serrinhas, já tomou antibiótico e faz planos de andar na próxima mudança de lua. a anita mudou de escola e está feliz, cheia de turminhas novas, na van, no recreio, na biblioteca.

a escola nova da anita é bilíngue. ao final da primeira semana de aula, perguntei em bom português o que ela havia aprendido na aula de inglês. a danadinha me respondeu: - bonjour, je m'apelle anita, et toi? típica sacadinha da anita pra não admitir que ainda não aprendeu quase nada.

tenho lhe ajudado bastante nos temas, especialmente nos de inglês. afinal, ela está no terceiro ano e na outra escola (a mais difícil e puxada de porto alegre) não havia aprendido nada de inglês. isso que ela amava a professora e os livros custavam uns R$ 200,00. sempre me intrigou o que eles faziam em quatro paredes. imaginava a professora, toda atlética e sorridente: hello, students... guardem seus livros na classe e vamos pular, brincar e correr! só não façam muito barulho porque senão o inspetor e a direção vão saber que nós nunca nem abrimos essa porcaria de livro!

a aurora está frequentando uma sede da mesma escola que a anita estudava. antes era uma, agora são três, só aqui no bairro. baby boom total. essa sede da aurora é o luxo do gaúcho, linda demais, toda novinha, iluminada, arejada. é exatamente o oposto de um termo que eu costumo usar para definir creches, depósito de criança. lá não, tudo é muito bonito e cheio de atividades. bem mais seguro que a nossa casa.

a anita não tinha grande curiosidade pelo abastecimento elétrico de um lar, mas a aurora não pode ver uma tomada. ela arranca os espelhos das tomadas, vive mexendo em eletrodomésticos, batuca nas máquinas e brinca de polícia (ela) e ladrão (ele) com o aspirador. uma menininha de alta periculosidade, sem dúvida.

embaixo do meu prédio tem uma área de lazer enorme. eu a deixo bem à vontade, engatinhando e pegando galhinhos e pedrinhas. não saberia criá-la só no carrinho, no colo, cheia de laços e fitas. nem brinco eu botei, razão pela qual é confundida com menino todo dia. às vezes, enche o saco. outro dia um velhinho indagou: - por que ele tá todo de rosa?! quase dei uma de anita e respondi: - por que o senhor acha? essa pepsi é fanta!

o fato de eu deixá-la livre no chão faz com que ela seja mais ágil que a média (e mais suja que a maioria absoluta). nada que dois banhos por dia, com bastante sabão em mãos, pés e joelhos não resolvam parcialmente. sou fã da vitamina s, mas, quando, na semana retrasada, ela teve febre e otite, andei revendo meus métodos de criar filho.

tadinha, ficou toda amuada, bem no primeiro dia de aula da anita. eu já tava com o coração doendo de pena da anita naquela escola nova, gigante, onde ela não conhecia ninguém. aí, chego em casa e a aurora está ardendo de febre. óin óin óin.

ela melhorou rápido. dizem que o primeiro antibiótico tem efeito fulminante. é verdade. mas, sei lá, parece que aquele narizinho fungando nunca melhora. é claro que ela odeia que eu passe salsep ou rinossoro. pena que o ódio das crianças seja proporcional ao amor dos pediatras pelo soro descongestionante.

a pequena está numa fase bem hipocondríaca. nas últimas 24 horas dei a ela: adtil, camomillina, ferro, tylenol e luftal. ontem à noite ela não queria dormir de jeito nenhum. se revirava na cama, chorava muito. podia ser tanta coisa: a) saudades do pai, que está no sxsw b) otite de repetição c) dor de dente rasgando a gengiva d)dor de barriga por causa da sopa cheia de legumes, carne e feijão (ops, acho que exagerei na sustância). pois, é, vida de mãe não é muito fácil, não. mas, enfim, depois de chorar das 20 às 22, pela primeira vez na vida, ela dormiu como uma pedra, seja por cansaço ou pela medicação.

eu não pretendo fazer festa de um ano pra aurora porque acho que a criança nem compreende nada, mas respeito muito os pais que fazem. porque entendo que na verdade eles estão comemorando terem 'vencido' as dificuldades desse primeiro ano de vida, só quem tem filho sabe o que é cuidar de um febrão, limpar um mega cocozão e viver com o coração na mão.


Um comentário:

  1. eu tb colocava minha filha pra sujar,alias ainda coloco,no pouco de natureza que existe em sp,ainda sim na praia,deixo que ela se divirta..este negociode menino ou menina eh chato demais kkkk,e eu conto os dias pra por a yasmin na creche mas somente no meio do ano,espero arrumar uma escola tao boa qto a tua...belo texto bjs

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