segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ter filho não empobrece o homem

[escrevi este texto em 2009, achei-o casualmente hoje na internet buscando 'tip top acolchoado'. Tá meio fora de contexto, mas espero que vocês gostem]

Por Ana Emília Cardoso

Tenho várias amigas na faixa dos 30 que até querem ter filhos, mas ficam fazendo cálculos com base em preços de fraldas e logo desistem ou postergam para um dia qualquer, num futuro longínquo. Elas ficam imaginando que cada filho custa uns R$ 2 mil por mês e coisas do gênero.

Claro que quando você olha as coisas de fora, se apavora mesmo. Quanto custa um carrinho? Um bêbe conforto? Eu também pensava assim. Quando minha cunhada Lu engravidou da Gigi, eu fiquei super preocupada com o futuro financeiro deles. Dei graças a deus que não era eu que estava grávida.

Dois meses depois, lá estava eu com um Beta HCG positivo nas mãos e um ponto de interrogação gigantesco estampado na cara. A primeira surpresa boa – no quesito financeiro – veio logo no começo da gestação. Todo mundo, invariavelmente, me dava presentes. Gente que eu nem falava direito aparecia na minha casa com sacolas de roupas. E olha que nem eu, nem RBS fizemos uma campanha do agasalho pra mim.

Eu não gastei um centavo e ganhei pencas e pencas de coisas fofinhas, lindas, úteis e práticas. Um fato que eu lembro que achei curioso foi a mulher que morava na cobertura do meu prédio. Ela sempre foi grossa comigo. O dia que soube que eu, a síndica, estava grávida, me trouxe presentes lindos e passou a me tratar de forma super carinhosa e prestativa. Até um xampu de mel da L’Occitanne maravilhoso ela me deu. E a Anita ficava com aquele cheirinho delicioso. Um dia ainda junto uns muitos trocados e compro outro daqueles.

A bichinha da Tania foi a campeã das doações. Estava de mudança para a Espanha e me deixou todo um legado de seu primeiro e até hoje único filho, Lucas, que estava com 3 anos na época. Ela me deu berço, bebê conforto, trocador, cobertas, roupinhas mil e até um tip top todo acolchoado para carregar bebês na neve.

Resumindo, não gastei um puto mesmo. No chá de fralda, já me supri pelos 5 primeiros meses. No primeiro ano, a Anita herdava todas as roupinhas da Gigi, dois meses mais velha e uma alemoazona.

Explicado tudo isso, uma amiga questionou. Tá, mas e depois? Você não pode fazer um chá de faculdade… convida 60 pessoas e cada uma se responsabiliza por uma mensalidade. Até era uma boa.

Eu venho seguindo outra linha, já vou logo ensinando tudo que é pra ir bem na escola e estudar na universidade pública se ainda houver quando ela crescer.

Uma coisa é fato: ninguém fica mais pobre porque teve filho. Ou você já ouviu alguém comentar que fulano, tadinho, depois que teve filho tá ferrado?

Um comentário:

  1. Um amigo nosso fotógrafo, uma vez nos falou que a chegada de um filho sempre faz nosso patrimônio aumentar, ele é experiente nessa área, tem 5 filhos e cada um que nascia ele melhorava sua situação financeira. Com a gente aconteceu assim, com a Duda compramos um terreno em um condomínio em atlântida, ela tinha 3 meses. Com o João compramos nosso apartamento na praia que vai ficar pronto daqui 4 meses. Estamos pensando num terceiro pra ver se adquirimos um iate rsrsrs

    ResponderExcluir