sexta-feira, 4 de maio de 2012

Cris, que já embalou a Maria Eduarda e agora embala o João

Assim como a Dani aqui do blog, quando a Carol B. me ligou contando do projeto me convidando, aceitei na hora. Adoro escrever e trocar idéias sobre filhos. Meu texto demorou um pouquinho porque entre as mamães, acho que estou (isso vai melhorar com o tempo) a mais enrolada de todas, já que tenho um recém-nascido em casa, além da Maria Eduarda de três anos que todo dia faz uma novela para se vestir. Minha manhã se resume em convencer a Maria que o short jeans da Hello Kitty e a camiseta da Branca de Neve já não poderão mais ser usados porque o inverno chegou e que todo dia a mesma roupa não dá mais. 

A Maria tem um sério problema de personalidade forte, desde os dois anos ela teima em escolher suas roupas. Se ainda ela tivesse maturidade bastante para isso não seria um problema, mas ela insiste em fazer combinações terríveis e tem certeza que está linda e eu tenho que passear com ela com trajes um tanto quanto duvidosos. Sempre que vejo pais passeando com suas garotinhas de vestido, botinhas da moda parecendo bonequinhas sinto uma pontinha de inveja, a Duda não usa vestido nem sob tortura, pra ela roupa é calça, camiseta de algum personagem de desenho animado e o seu tênis de guerra preto com bolinhas coloridas. 

Pra se ter uma ideia até a meia ela escolhe e ai de quem se atrever a enfrenta-la, seu atual trunfo é o grito, como o João dorme várias vezes ao dia e ela sabe que não pode gritar para não acordar o irmão, ao primeiro sinal de que ela vai fazer drama eu muitas vezes acabo me submetendo às suas imposições, até porque o que está ruim pode ficar pior com os dois chorando ao mesmo tempo.
Poucos sabem, mas eu estou trabalhando, apesar do pouco tempo de vida do João, que tem apenas 2 meses. 

Comigo as coisas foram acontecendo diferente do esperado. Normalmente, as pessoas se formam, casam, trabalham e depois têm filhos. Eu casei, depois me formei, tive filhos e agora comecei a trabalhar, meu marido disse que agora eu tô virando gente, querido ele né! 

Montamos uma distribuidora de alimentos, o depósito fica num lugar e o escritório em casa para que eu possa cuidar dos negócios sem deixar de dar atenção para meu bebê, ou seja, não tive sequer licença maternidade, meu marido nem esperou eu tirar os pontos da cesárea e já me encheu de serviço. Mas isso não é culpa exclusiva dele, sou ligada no 220v, falo rápido, ando rápido, penso da mesma forma. 

No quarto dias após o parto, peguei meu carro e fui fazer rancho no super, minhas amigas disseram que eu era louca, mas o que eu não posso é ver geladeira vazia ou abrir o armário e não ver um chocolatinho. Lá fui eu com uma barriga que aparentava ter cinco meses de gestação para o super, bem feito pra mim, a moça do caixa perguntou de quantos meses eu estava, na hora cheguei a gaguejar, ela logo viu a merda que tinha falado e já foi remendando com um ´´ou tu teve bebê agora?`` Sim, respondi meio sem graça, nesse momento percebi que ainda poderia usufruir de alguns benefícios que só as grávidas têm como estacionar na vaga para gestantes e usar a fila preferencial. Mas isso já foi superado, minha barriga já não me entrega mais. 

Quando eu e meu marido tivemos a idéia de montarmos um negócio próprio nunca imaginei que o segundo filho daria tanto trabalho. Na minha inocência de mãe de segunda viagem,
imaginava a Maria indo pra escolinha e eu com as tardes livres me dividindo entre mamadas, trocas de fraldas e cuidando os negócios da empresa. 

Mas nem tudo são flores. Meu bebê veio com um pequeno ´´defeitinho`` da maternidade, o refluxo. Antes de eu ter o João jamais imaginei o trabalho e a preocupação que um bebê com refluxo dá. Não basta apenas o cuidado em fazer arrotar após as mamadas nem inclinar o colchão do berço pra que ele não se engasgue, os cuidados vão muito além disso, até porque a garantia do arroto não elimina a golfada. 

O João depois que mama (no peito) coloco ele para arrotar. Aí começa o problema, às vezes o arroto não vem, você faz de tudo, muda de posição, dá uma sacudidinha, reza e nada. E quanto mais demora pra vir o arroto, mais o João fica irritado, muitas vezes o João se assusta com seu próprio arroto de tão forte que ele sai. Tenho a impressão que arrotos assim estrondosos são exclusividade de bebês com refluxo, porque com a Duda jamais ouvi um barulhinho sequer, nem me preocupava com isso, ela mamava e dormia imediatamente. 

E não pense que depois de arrotar a mamãe aqui pode relaxar, fazer um xixi, tomar um suquinho...como eu disse o arroto não garante nada, tem que ficar sempre de olho atento pra ver se ele não vai se engasgar, muitas vezes ele regurgita depois de quase 1 hora de ter mamado, por isso estou sempre em estado de alerta. Pra se ter uma idéia, na porta da minha geladeira tem um bilhete bem grande colado que diz: Emergência SAMU 192, mas não se preocupem, não sou esquizofrênica, é que na hora do desespero dá um branco na cabeça e a gente trava, por isso prefiro não confiar na minha memória, até porque casos de engasgos qualquer segundo pode ser fatal, prefiro não correr nenhum tipo de risco. 

As golfadas não são o único sintoma do refluxo como eu ingenuamente pensava. Bebês com refluxo se contorcem muito, principalmente após as mamadas, sentem azia, queimação e um incômodo muito grande. O João emite uns gemidos, mas em casos mais graves alguns bebês chegam a urrar de dor. 

O lado bom é que isso é tudo passageiro, lá pelos seis meses de idade o organismo vai amadurecendo e com isso o refluxo, o cheiro de leite azedo e as pilhas de roupas sujas desaparecem como num passe de mágica. 

Ainda bem que meu pequeno sempre se defende bem das golfadas, mas eu confesso que já levei cada susto, principalmente nos primeiros dias, mas graças a Deus nunca precisei correr até a porta da geladeira para digitar os três números. 

Mini perfil
Cristiane Gomes da Luz, 32 anos, casada há 11 anos com o Alexandre, mãe da Maria Eduarda de 3 anos e do João de 2 meses. Formada em direito é advogada de família, mas não como a Carol Bittencourt que é uma especialista em Direito de Família, no caso dela só advoga pra família dela mesmo, resolvendo as pendengas sem ganhar nenhum tostão por isso. Por muitos anos ficou sem trabalhar se dedicando exclusivamente à família e isso nunca a incomodou. Atualmente deixou de ser dona de casa, mas vive em casa e se divide em cuidar dos filhos e administrar a empresa com o marido.

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